segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O fenômeno da incorrupção de corpos

Embora a ciência moderna explique muito dos fenômenos que acontecem diariamente, um dentre muitos nos chama a atenção hoje: Os santos corpos.

         Através de uma breve pesquisa na web, podemos encontrar diversas significações para tal evento, a mais plausível, seria que, tamanha fé e santidade de pessoas como Santa Rosa de Viterbo, tornam o corpo incorrupto à humanidade que pertencem, tornando-os livres de qualquer evento que os poderia deteriorar em condições “normais”.
E diante de tantas pesquisas, o Vaticano deixou de considerar a preservação dos corpos como um dos milagres necessários para que uma pessoa seja considerada santa pelo papa. Mas a capacidade dos corpos de vencer o tempo e a raridade desses fenômenos não deixa de impressionar cientistas e fiéis em todo o mundo.
Alguns casos, que despertam ao menos a curiosidade de todos:
http://www.cot.org.br/igreja/corpos-incorruptos.php

Matéria especial que mostra vários casos de corpos incorruptos pela matéria, que teoricamente não se decompõem, denominados Corpos Incorruptos, Santos Corpos, ou de uma maneira mais abrangente, incluindo inclusive os pagãos, Fenômeno da incorrupção dos corpos

Santa Catarina de Laboure, que durante a vida teve visões da Virgem Maria. Seu corpo, ainda incorrupto, está exposto em uma capela na Rue do Bac, Paris.



         Quando o corpo do Papa João XXIII foi exumado, em março de 2001, estava em boas condições, apesar de morto há 37 anos. Na época, o Papa João Paulo II decidira que João XXIII precisava de um novo local para abrigar seus restos mortais de modo atender mais convenientemente ao grande número de visitantes que se dirigiam à sua tumba, que ficava na Cripta de Basílica de São Pedro, em Roma. Hoje, em 2005, João Paulo II, filho de camponeses e conhecidos como "Papa do Povo", está a caminho da santificação e um dos primeiros passos deste processo é a exumação do cadáver a fim de se possa proceder à identificação, um procedimento de praxe.
         Embora os corpos dos Papas não sejam inteiramente embalsamados, são "preservados" com formol a fim de prolongar o período possível de exposição pública. Sobre o caso do Papa João XXIII, Joseph Watts, que coordena funerais e exumações do Vaticano, comentou no New York Daily News: "Ele foi embalsamado como de costume. Isso é feito por médicos e o lugar em que o corpo foi colocado, as Catacumbas, é perfeito. Watts, que visitou a tumba na ocasião da exumação, disse que o estado de preservação do Papa, provavelmente, foi resultado de uma combinação de fatores: o fluído balsâmico era um composto com base em um formolaldeído e outras substâncias químicas; o caixão possui três camadas e foi colocado em uma cripta de mármore. Não havia infiltração de água ou qualquer coisa que favorecesse a desintegração do corpo. Vicenzzo Pascalli, da Universidade de Roma, também considera normal o estado de preservação do corpo do Papa João XXIII:
 “Isso é muito mais comum do que geralmente se pensa. O corpo do Santo Padre estava bem protegido e o oxigênio era escasso no interior do caixão que, em sua estrutura de três camadas, contém materiais como chumbo e zinco que capturam o oxigênio, o que ajuda a retardar o processo de decomposição”.

         Como sua habitual reserva, a Igreja Católica rejeita qualquer especulação sobre milagre em relação ao corpo do Papa. O Serviço de Informação do Vaticano jamais usou palavras como "milagre" ou "incorrupto" no caso de João XXIII. Depois da exumação, as declarações oficiais foram discretas e diziam somente que "O Corpo do Abençoado João XXIII estava bem preservado". É uma postura coerente com a política do Vaticano de não incentivar a divulgação de fatos sugestivos do sobrenatural sem investigações minuciosas que descartem qualquer hipótese de explicação por causas naturais. Diante dos numerosos casos de incorruptibilidade, muitos "santos presumidos" foram exumados e re-enterrados. Com o tempo, tornou-se costume exumar todos os candidatos à beatificação e santificação. Na Idade Média, as igrejas disputavam a posse de "corpos incorruptos", que atraíam os peregrinos e, com eles, ofertas, doações. Na Bretanha medieval, apesar do clima úmido, havia um grande número destes "corpos santos", entre eles, duas irmãs da realeza, Etheldreda e Withburga; um rei, Edward, o Confessor; um bispo, Hugh, de Lincon e um arcebispo de Canterbury. Com a Reforma, os santuários foram destruídos e os corpos também. Algumas partes foram salvas dos ataques religiosos, como a mão de Santa Etheldreda, resgatada por uma família devota. Passados 400 anos, a mão continua preservada em uma pequena igreja católica - Igreja de Santa Etheldreda, em Ely, Cambridgeshire.
         O fenômeno dos corpos de santos que não sofrem deterioração apesar de enterrados durante anos continua sendo um tema atual e curioso. Muitos desses casos, cerca de 102 histórias, são relatados no livro The Incorruptibles (1977), de Joan Carrol Cruz. A obra está repleta de detalhes espantosos e macabros sobre restos mortais preservados: corações, pernas e braços, corpos que sentaram e piscaram e fragrâncias agradáveis emanando dos mortos, como Santa Teresa d'Ávila, São Francisco Xavier e São João da Cruz. Nos casos do Abençoado Peter of Gubbio - Pedro de Gubbio, monge século XIV (anos 1300) e da Venerável Maria Vela, freira do século XVII (anos 1600), suas vozes eram ouvidas pelos irmãos e irmãs religiosos, durante cânticos, muito tempo depois de sua morte. Santa Clara de Monte Falco, feira do século XIII (anos 1200), teria declarado às suas companheiras: "Se buscam a cruz de Cristo, tomem meu coração; nele encontrarão o sofrimento do Senhor". Depois da morte da irmã Clara, não somente o corpo permaneceu incorrupto como suas indicações mostraram-se precisas: as freiras removeram-lhe o coração e encontraram, claramente impressa no tecido cardíaco, a figura de um pequeno crucifixo com os cinco estigmas do martírio de Cristo.

 Outro registro extraordinário refere-se à Abençoada Magareth de Metola: anã, cega, corcunda e coxa, viveu, entretanto uma vida heróica dedicada a servir aos pobres. Morreu em 1330, mas, em 1558, seus restos mortais tiveram de ser transferidos porque seu caixão estava muito estragado. Durante a exumação, testemunhas espantaram-se: assim como caixão, roupas e tecidos também se haviam deteriorado, porém, o corpo de Margareth continuava intacto.

Joan Cruz escreve: “O corpo da Abençoada Margareth, que não foi embalsamado, estava vestido com um hábito dominicano, depositado sob o altar-mor da igreja de São Domenico na Cidade de Castelo (Citta-di-Castello) – Itália. Seus braços estão flexíveis, não houve perda dos cílios e as unhas continuavam firmes nas mãos e nos pés. O corpo apresentava uma coloração escura, a pele estava seca, mas no geral, o estado de preservação pode ser considerado extraordinário considerando seis séculos de sepultamento”.

Estas histórias medievais poderiam ser consideradas mistificações ou exageros religiosos de época, porém nos séculos subseqüentes, o fenômeno repetiu-se muitas vezes, foi suficientemente documentado e continua sendo considerado por muitos, como manifestação de milagre divino.

 Santa Bernardete
 

         Dois casos historicamente mais recentes de preservação incomum de cadáveres de santos são os casos de Santa Bernadette e São Charbel Makhlouf. Santa Bernardette foi uma pastora que teve uma visão da Virgem Maria na cidade de Lourdes - Portugal. Morreu no convento de Santo Gildard, em Nevers - França, em 1879 sendo enterrada na cripta da capela. Em 1909, uma comissão encarregada de investigar a santidade da religiosa, procedeu à exumação de seu corpo tendo como testemunhas um bispo e dois médicos. Os trabalhos no túmulo foram feitos por dois pedreiros e dois carpinteiros. Eles encontraram o corpo da Santa em perfeito estado. Uma freira, que assistira ao enterro, 30 anos atrás, notou uma única diferença: o hábito de Bernadette estava úmido.  Sepultada, foi novamente exumada em 1919 às vistas de testemunhas leigas e religiosas. Os médicos que examinaram o corpo escreveram: "Quando o caixão foi aberto o corpo parecia estar absolutamente intacto e sem nenhum odor post mortem. Não havia cheiro de putrefação e nenhum dos presentes experimentou qualquer desconforto". Uma terceira exumação foi feita em 1923 e o cadáver encontrava-se nas mesmas condições. Desta vez, o corpo foi aberto (necropsia) e os órgãos internos estavam flexíveis. Um médico escreveu: "O fígado estava leve e sua consistência era praticamente normal".



       





  São Charbel Makhlouf, que morreu em 1898, foi um monge maronita do Líbano. Sua vida, desprovida de grandes feitos foi marcada, todavia, por uma devoção completa e intensa. Depois de sua morte, durante 45 noites, estranhas luzes pairavam sobre sua sepultura. Ocorre que 45 dias era o tempo tradicionalmente considerado como período suficiente para a decomposição de um corpo. Com as aparições das luzes, as autoridades monásticas decidiram proceder à exumação. O corpo foi encontrado em perfeito frescor, embora o local tivesse sido castigado por chuvas recentes que praticamente reduziram o cemitério a um lamaçal de tal modo que o cadáver estava, de fato, imerso em uma camada de água terrosa. Charbel teve suas roupas trocadas e foi transferido para um outro caixão de madeira, mas antes do sepultamento, um estranho sangue oleoso começou a exsudar do corpo. O fluido era tão abundante que as roupas tiveram de ser trocadas duas vezes em duas semanas. Em 1927 - 29 anos depois de sua morte - ele continuava incorrupto e, submetido a um exame, mostrava-se flexível. Mesmo assim, foi sepultado em uma antiga igreja, em Abbey. Em 1950, peregrinos em visita ao santuário notaram um líquido vazando da tumba e o caixão foi aberto mais uma vez. O corpo continuava conservado, porém exsudando o estranho óleo. Muitas curas miraculosas foram atribuídas a essa substância desconhecida.
         Charbel permaneceu intacto por 67 anos; finalmente, em 1965, começou a apresentar os primeiros sinais de decadência. Outros exemplos notáveis de santos católicos cujos corpos não se corromperam são: Madre Inês de Jesus, morta em 1634; São Vicente de Paula, morto em 1660; a beata Maria Ana de Jesus; o mártir jesuíta André Bobola, o "apóstolo de Pinsk". Santa Brígida, da Suécia, falecida em 1373, ao ser exumado, revelou o coração preservado enquanto todo o resto do corpo fora reduzido a pó.

Santo Ambrósio


Fenômenos pagãos
         O fenômeno da incorruptibilidade dos cadáveres não é exclusivo do "mundo católico-cristão". Entre hindus, chineses e tibetanos, por exemplo, as ocorrências também são numerosas. Em 1952, o famoso iogue Paramahansa Yaogananda, que morreu na Califórnia, foi desenterrado, seu corpo não sofrera decomposição e exalava uma agradável fragrância. Existem casos semelhantes entre protestantes, judeus, muçulmanos e budistas.


Khambo Lama Dasha-Dorjo Itigelov











Corpo preservado do Sexto Patriarca do Monastério de Nan Hua, Sul da China - Hui Neng


         Em 25 de março de 2005, o Pravda English Online publicava: "Os Corpos incorruptos de Santos e Pecadores". A notícia fala do estado de conservação do corpo do Khambo Lama, mestre dos Budistas Siberianos do Leste, Dasha-Dorjo Itigelov que, nascido em 1852 e morto em 1927, ainda conserva os tecidos preservados como um homem vivente, conforme constatou a perícia feita por equipe de médicos especialistas. Dasha Dorjo faleceu em uma localidade próxima à cidade russa de Ulan-Ude, lugar conhecido como "Ivolginsk Datsan", um centro espiritual de budistas russos (como os Ashram hindus), construído em 1947. Ao morrer, deixou instruções: seu sarcófago deveria ser aberto algum tempo depois do óbito para que se verificassem as condições físicas de seus restos mortais. O lama morreu sentado em posição de lotus, a mais característica postura iogue.
         Desde estão, o mestre foi desenterrado três vezes: em 1955, 1973 e 2002. Depois da última exumação, os monges do Ivolginsk Datsan decidiram não mais sepultar o corpo; colocaram-no em sarcófago especial feito de vidro devidamente acomodada em uma sala especialmente preparada para tal função, de modo que os fiéis visitantes do retiro possam ver Dasha-Dorjo. São proibidas fotos e filmagens, os monges alegam que isso contraria suas tradições.  
Entretanto, em 11 de setembro de 2002 o sarcófago foi aberto na presença de membros da tradicional Sangha Budista da Rússia e de médicos especialistas.  Na ocasião, o doutor em Ciências Médicas do Instituto Russo de Perícia Médica Forense, Viktor Zvyagin, comprovou a identidade do corpo juntamente com outras testemunhas oculares, que estiveram presentes nas exumações. Pesquisadores, curiosos com o fenômeno, solicitaram aos monges permissão para recolher amostras de cabelos e unhas do mestre para análise. Zvyagin diz que sob muitos aspectos, o corpo do lama apresenta conservação muito próxima ao estado de um homem vivo: a pele está flexível, as articulações podem ser movidas. Exames com infravermelho confirmaram o estado de conservação dos tecidos.

         O fenômeno que acomete alguns organismos mortos é bem conhecido. Existem numerosos fatores que podem preservar um cadáver por milhares de anos. A mumificação natural ou artificial é uma das formas mais comuns. Arqueólogos descobriram múmias bem conservadas em diferentes lugares do planeta. A preservação desses corpos é o resultado de circunstâncias singulares a cada sepultamento. Em geral, os corpos que são poupados de fatores como umidade e oxigênio, e se mantêm intactos por mais tempo. Um processo já desvendado é a Adipocere, que pode ser induzida ou natural.  No caso do Lama Dasha Dorjo, nenhum método foi usado e as condições do sepultamento não eram ideais. Os budistas dizem que somente os mais avançados iogues podem atingir tais condições em virtude de suas escolhas, feitas antes da morte. Além de Dasha Dorjo, informam os monges que existem apenas outros três cadáveres conservados de santos budistas: um na China, outro na Índia e o terceiro, no Vietnã. Outros existiram em um monastério tibetano que foi completamente destruído em 1959. Apesar dos casos mais ruidosos serem relacionados a figuras de "homens-santos", Viktor Zvyagin lembra que a incorruptibilidade dos mortos não é exclusiva de religiosos.

Não coloco de modo algum em discussão a veracidades dos fatos, apenas os apresento quão fidedigno às minhas pesquisas sobre o tema. Qualquer conclusão científica ou religiosa, não é posta em prova aqui. 


 Fica uma questão pendente. Ou muitas. Enquanto a Igreja Católica e seus autoritários representantes, de maneira intolerante, arbitrária e preconceituosa, admitem que tão-só Jesus pode salvar, e que apenas os santos católicos podem apresentar o misterioso fenômeno da incorrutibilidade (que eles não conseguem entender) de seus corpos após a morte — o que dá direito (do que obviamente discordo) aos que não são católicos de denominarem este incompreendido fenômeno de demoníaco, no mínimo — seres humanos foram queimados vivos durante séculos por apenas discordarem dos dogmas católicos, ou por terem outras crenças religiosas; cruzadas foram organizadas para trucidar infiéis; confissões auriculares (inventadas todos sabem o porquê) destruíram milhares de pessoas; indulgências foram vendidas; concordatas foram assinadas; papas foram destituídos e/ou assassinados; centenas de Evangelhos foram considerados apócrifos; abortos foram praticados aos milhares nos perímetros dos conventos; adulterações, para mais e para menos, foram introduzidas na Santa Bíblia; negociatas medonhas foram orquestradas sem conhecimento da confraria católica; ordens fraternais e iniciáticas foram perseguidas; livros sagrados foram subtraídos e escondidos, e muitos foram queimados; práticas sexuais aberrantes foram (e são) praticadas nas sombras dos monastérios; místicos – como Pierre Michel Eugène Vintras, Jacques de Molay, Bruno, Savonarola e Joana D'Arc – foram dados como heréticos, condenados, presos, excomungados e assassinados; imberbes foram purpurados; e padres acabaram postos para fora do ministério, ou porque foram excluídos, ou porque se viram obrigados a se auto-excluir. Isto tudo, para mim, é um horror sem fim. Mas, caramba! A Religião Católica, o que prega? Precisamos todos, religiosos e místicos, pensar muito nessas coisas, porque, por exemplo, um místico que apóia a invasão do Iraque e o massacre palestino está, no mínimo, confundindo Carolina de Sá Leitão com caçarolinha de assar leitão. Apóiam e aplaudem essas barbaridades, depois rezam e comem à pururuca nossos irmãos leitões!

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